Dados do Trabalho
Título
SEPTOTOMIA DE DISSECÇÃO DE AORTA COM ENDOPRÓTESE RAMIFICADA PARA 4 RAMOS
Apresentação do Caso
Paciente do sexo masculino, 67 anos, tabagista e portador de hipertensão arterial sistêmica, foi admitido devido a episódios de dor torácica. No exame físico, apresentou bom estado geral, sinais vitais estáveis e pulsos normais nos membros superiores, sem evidência de lesões tróficas. A angiotomografia revelou dissecção aórtica torácica com aneurisma na artéria femoral/poplítea direita.
O procedimento cirúrgico foi abrangente, incluindo incisão axilar à direita, inguinotomia, punção arterial ecoguiada e aortografia digital para guiar a correção da dissecção com o implante de endopróteses (Zenith T-Branch, BeGraft e Apolo Nano). O controle arteriográfico pós-implante confirmou o posicionamento adequado das endopróteses, ausência de endoleaks e fluxo adequado nas artérias viscerais e ilíacas.
Na fase final, foram realizadas arteriorrafias, fechamento por planos das incisões, reversão da heparina com protamina e garantia de hemostasia. A evolução pós-operatória foi favorável, sem complicações evidentes ao exame físico. O acompanhamento subsequente será essencial para monitorar a estabilidade clínica e a recuperação contínua do paciente, assegurando o sucesso a longo prazo do procedimento.
Discussão
A técnica endovascular no tratamento de aneurismas da aorta toracoabdominal (AATA) teve início nos anos 1960 com Charles Dotter, tornando-se uma alternativa eficaz aos métodos cirúrgicos convencionais.
Apesar de mais de meio século de avanços, o reparo cirúrgico convencional permanece relevante em casos complexos. O uso de endopróteses ramificadas reduziu a mortalidade no reparo endovascular de AATA, refletindo avanços desde os primórdios do procedimento. No entanto, a septostomia de AATA enfrenta desafios, como ameaças persistentes de isquemia renal e complicações associadas a maiores diâmetros aórticos.
A eletrocirurgia transcateter de septotomia surge como técnica adjuvante em casos específicos, possibilitando o reparo através de um único lúmen, superando desafios relacionados ao lúmen verdadeiro comprimido. Essa abordagem é especialmente útil em pacientes com pós-dissecção torácica e AATA, permitindo limitar a extensão da cobertura e criar zonas de apoio adequadas para a exclusão bem-sucedida do aneurisma.
Conclusão
Tal relato destaca a aplicação prática das inovações discutidas na evolução histórica do tratamento endovascular de aneurismas aórticos. O uso de endopróteses ramificadas e eletrocirurgia transcateter de septotomia foi essencial para o sucesso da intervenção.
Referências
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Área
Geral
Autores
Filipe Rodrigues De Souza, Guilherme Ribeiro Neto, Douglas Fernando Kunkel, Stefany Hesler, Lucas Sgrott Simão Flausino, Marcelo Barbosa Mandelli